Nossa Fé
Missão
Participar da ação de Deus no Seu propósito de salvar o mundo.
Valores
Não praticar o mal. Zelosamente, praticar o bem. Atender às ordenanças de Deus.
Visão
A Igreja Metodista cumpre a sua missão realizando o culto de Deus, pregando a Sua Palavra, ministrando os sacramentos, promovendo a fraternidade e a disciplina cristãs e proporcionando a seus membros meios para alcançarem uma experiência cristã progressiva, visando ao desempenho de seu testemunho e serviço no mundo.
John Wesley e as origens do Metodismo
John Wesley viveu na Inglaterra do Século XVIII, quando o cristianismo, em todas as suas denominações, estava definhando. Ao invés de influenciar, o cristianismo estava sendo influenciado, de maneira alarmante, pela apatia religiosa e pela degeneração moral. Dentre aqueles que não se conformavam com esse estado paralizante da religião cristã, sobressaiu-se John Wesley. Primeiro, durante o tempo de estudante na Universidade de Oxford, depois como líder no meio do povo. John Wesley pertencia a uma família pastoral, que vivia em Epworth, numa região afastada de Londres. Em seu lar absorveu a seiva de um cristianismo genuíno.
Ao entrar para a universidade, Wesley não se deixou influenciar pelo ceticismo cínico e nem pela libertinagem. Como reação a isso formou. junto com outros poucos jovens, o chamado “CLUBE SANTO”. Os adeptos dessa sociedade tinham a obrigação de dar um testemunho fiel da sua fé cristã, conforme as regras da Igreja Anglicana.

Eram rígidos e regulares em suas expressões religiosas, no exercício de ordem espiritual e no auxílio aos pobres, aos doentes e aos presos. Por causa dessa regularidade, os demais companheiros da universidade zombavam e ridicularizavam os membros do “CLUBE SANTO” dando-lhes o apelido de “METODISTAS”.
Embora cumprisse fielmente a disciplina do “clube”, John Wesley não se sentia satisfeito. Durante anos lutou com esse sentimento de insatisfação até que em 24 de maio de 1738, na rua Aldersgate, em Londres, passou por uma experiência espiritual extraordinária, que é assim narrada em seu diário:
“Cerca das nove menos um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração
ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração”.
Para John Wesley, clérigo da Igreja Anglicana, esse novo sentir não era como a conversão de um infiel a Cristo. Era um aprofundar na compreensão do que significa ser cristão. O movimento metodista, por muitas décadas não se organizou em igreja. Na Inglaterra o movimento organizou-se em igreja somente pouco depois da morte de John Wesley em 22 de março de 1791. Sendo assim, o fundador do movimento metodista morreu anglicano, sem nunca ter pertencido à Igreja Metodista.

O início do Movimento Metodista na Inglaterra
Movido pela paixão da fé salvadora, o Movimento Metodista, declina a princípio ser ligado à Igreja Anglicana. Seu crescimento foi rápido. Várias pessoas se juntavam aos “metodistas” a cada dia para experimentarem a alegria da fé e da confiança em Deus. Isso me faz recordar o início do cristianismo (atos 2.42-47).
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partindo o pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. [Atos 2:42-46]”
Nos meses seguintes, pequenos grupos se encontravam com Wesley para reuniões espirituais e estudos da Bíblia. Com essa atitude, o grupo ficou conhecido como sociedades. É de ressaltar também, que essas reuniões não competiam com os horários de reuniões nas igrejas. Normalmente, aos domingos,
Wesley e seu irmão Carlos pregavam nos púlpitos das igrejas de Londres. Eles pregavam sermões incentivando uma mudança de vida, ou seja, o contrário da maioria das igrejas que estavam acostumadas com sermões sem vida e frio.
Em 24 de maio de 1738, Wesley deixou registrado em seu diário a experiência religiosa em ter o coração estranhamente aquecido. Essa data é lembrada como um marco para nós metodistas. Isso implica que as ações de Deus estão além das nossas convicções. A igreja precisa estar apta a servir a sociedade e fazer a diferença na mesma. Para isso, é preciso de homens e mulheres com uma visão de Deus, uma visão humanizadora àqueles (as) que sofrem o caos da pobreza e das injustiças sociais.
Hoje as igrejas estão preocupadas com seu status e membresia, não se pode esquecer que os propósitos de Deus a se cumprir na vida dessas pessoas menos favorecidas, estão ligados à igreja. O envolvimento do metodismo com as questões da sociedade é uma marca que está na história do surgimento do movimento desde o séc. XVIII. Um dos contextos históricos da Inglaterra foi a Revolução Industrial. E isso, fez com que o trabalho do combate à escravidão e luta por melhores salários, principalmente o apoio às crianças pobres oferecendo o ensino básico, fez com que os metodistas se destacassem.
Por volta do ano 1700 a educação na Inglaterra era privilégio somente de ricos. Por essa razão, John Wesley fundou a Kingswood School em 1748, por entender que o ensino é fundamental na formação de uma sociedade mais justa e igualitária, principalmente às crianças pobres sem condições de estudarem.
Várias famílias que foram para a América do Norte, nas 13 Colônias, levaram as práticas do metodismo. Quando eles conquistaram a sua independência política, desvincularam-se da religiosidade exercida na Inglaterra. Logo, foi criada a Igreja Metodista Episcopal, em 1784. Somente após a morte de John Wesley, que a Inglaterra constituiu o metodismo como denominação independente em relação à Igreja Anglicana.
Fontes: https://www.metodista.org.br/john-wesley
Momentos Decisivos do Metodismo – Duncan Alexander Reily – Imprensa Metodista
Doutrinas
Este é um resumo das doutrinas metodistas.
A Bíblia: Aceitamos as Sagradas Escrituras, os livros do Antigo e do Novo Testamento, como Palavra inspirada por Deus e necessária à salvação.
Deus: É o fundamento e o Senhor deste Universo. Na Trindade, age sob três formas: Deus Pai, criador e soberano sustentador do Universo; Deus Filho, que se esvaziou para assumir a forma humana e nos conduzir ao Pai e Deus Espírito Santo, nosso consolador que testifica com o nosso espírito que somos Filhos de Deus e nos inspira para a missão.
A criação humana e o pecado original: O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Contudo, usando a liberdade dada por Deus, o homem escolheu desobedecê-lo. Este pecado quebrou a comunhão humana com o Criador, trazendo desarmonia para toda a criação e a sociedade. Mas Deus tomou a iniciativa de nos reabilitar. Assim, por meio de Jesus Cristo, podemos restabelecer nossa comunhão com Deus.
Graça preveniente (ou preventiva): A graça é a disposição benevolente de Deus para com o ser humano, sua misericórdia a favor do ser humano, abrindo a possibilidade para a salvação. Quando dizemos “somos salvos pela graça de Deus”, significa que somos salvos pela misericórdia de Deus posta em ação a nosso favor. Wesley acreditava que a graça salvadora (ou preveniente, como ele a chamava) estava em atuação no coração de todos os seres humanos, ao lado de sua consciência. É a própria presença de Deus em ação, por sua misericórdia, procurando levar o ser humano ao arrependimento.
Livre arbítrio: A graça de Deus não é imposta, o ser humano pode aceitá-la ou rejeitá-la. Quando, então, demonstramos esta boa vontade, a graça passa a operar em nós dando-nos então a possibilidade de praticar as boas obras que de outra forma nos seriam impossíveis. Por isso, os metodistas não aceitam a teoria da predestinação (doutrina segundo a qual algumas pessoas estariam predestinadas à salvação). Os metodistas acreditam que a salvação, pela graça de Deus, está aberta a todas as pessoas.
Arrependimento: O arrependimento surge do auto-conhecimento e leva a uma transformação real. Consiste no abandono do pecado e no voltar-se para Deus e seu serviço. Portanto, não se trata de mero remorso, mas de uma mudança de atitude. O arrependimento é o primeiro movimento para a salvação (Mt 4:17). Deus está nos convidando ao arrependimento e torna possível uma resposta positiva através de sua Graça. Um cadáver nada pode responder, mas o pecador e pecadora até o último instante tem a oportunidade de fazer o primeiro movimento.
Justificação: Justificação é o perdão de pecados. Cristo tomou sobre si as nossas culpas. Sofreu, imerecidamente, em nosso lugar. Assim, estamos reconciliados com Deus mediante o sangue de Cristo. Sob uma única condição o ser humano pecador é justificado: pela fé em Jesus Cristo. O arrependimento, que antecede a fé, é um profundo sentimento da ausência do bem e a consciência da presença do mal. Só a fé traz o bem. Primeiro a árvore se torna boa; depois os frutos se fazem bons.
Santificação: para Wesley, a santificação ou “perfeição cristã” não é um estado do ser humano (pois não há perfeição na terra), mas um processo de constante crescimento. O ser humano tem sempre necessidade de crescer em graça e avançar diariamente no conhecimento e no amor de Deus”. (Sermões de Wesley, vol. 2, pg 286). Esse crescimento só é possível por meio do Espírito Santo que age em nós, conduzindo um processo que se inicia com a fé em Jesus Cristo, o perdão dos pecados e a regeneração de nossa vida. O Espírito Santo santifica nossa vontade de tal maneira que passamos a escolher o bem e dizer não ao mal e ao pecado. O resultado desse processo de santificação se traduz em obras que buscam implantar a santidade na terra, unindo o cristão aos seus irmãos e irmãs.
Evangelho social: Espalhar a santidade bíblica por toda terra era um dos lemas de John Wesley. Assim, a doutrina da santificação wesleyana inclui dois movimentos que devem estar integrados: os atos de piedade e os atos de misericórdia. Atos de piedade são os atos que levam ao crescimento espiritual (a leitura bíblica, oração, jejum etc). Atos de misericórdia são os atos em favor do próximo, as ações em favor da promoção da vida e da justiça social. Para Wesley, não há santidade sem a conjugação adequada desses dois aspectos. Segundo ele, a santificação se concretiza na interação humana. Enquanto a justificação pressupõe um ato de fé pessoal, a santificação pressupõe a existência do outro, do próximo, tanto no nível comunitário eclesiástico como na esfera pública. Na tradição wesleyana, ninguém se santifica sozinho, pois a santificação é sócio-comunitária. No entendimento de Wesley “não há santidade que não seja santidade social (…) reduzir o Cristianismo tão somente a uma expressão solitária é destruí-lo”.
Os sacramentos são dois:
O batismo: Praticamos o batismo por aspersão, embora aceitemos o batismo por imersão ou derramamento. Aceitamos o batismo infantil. O batismo é o sacramento de incorporação da pessoa à comunidade de fé.
A Ceia do Senhor: É uma celebração do amor redentor de Deus e de sua graça capacitadora. Significa comunhão com Deus e a comunidade de fé e compromisso renovado com a missão. Os metodistas entendem que a ceia do Senhor não foi instituída pela Igreja, mas por Jesus Cristo e, por isso, abrem a sua participação a todas as pessoas, de qualquer idade, que se sintam em comunhão com Deus.